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TER BOM CORAÇÃO SERÁ UMA BENÇÃO OU UMA MALDIÇÃO?

Hoje falava com alguém do meu bairro que às tantas diz-me: "Sabe, Sofia, o problema do meu pai era ter bom coração. Toda a gente o enganava. Chegou ao fim da vida com um terço do que poderia ter. E olhe que ele era muito inteligente. Foi uma pena." Fiquei a pensar. Ter "bom coração" é quase sempre sentido como uma maldição, algo que enfraquece quem o tem e o torna alvo de um destino carregado de traições e ingratidões.

Quando, na verdade, todos admiramos quem tenha um coração assim, generoso e solidário, capaz de dar a mão a quem dele precisar. Será que podemos garantir que não abusamos inconscientemente destas pessoas? Como podemos avaliar se estamos a pisar o risco ou se os seus limites são superiores aos nossos? Talvez ter "bom coração" não tenha de ser sinónimo de "ingenuidade". Por isso, dizer "basta" é também uma forma de ensinar os limites da bondade, e tudo isto pode ser acompanhado com um sorriso sincero. Um bom coração deve sê-lo também para si próprio. Porque é sempre através dele que nos reerguemos.


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