Quer um novo lugar, mas teme perder o atual.
Deixar para trás quem lhe tira energia, alimentando uma culpa que, sem querer, a conforta. Como se fosse natural o sofrimento de alguém ser indiferente para o outro. Ou ser para outra pessoa, um alimento.

São várias as pessoas que vêm ter comigo em situações de claro abuso psicológico e que não são capazes de continuar os seus processos. A culpa esmaga-lhes a alma e o novo parece-lhes um lugar despovoado e frio.
E ficam onde adormecem os sonhos, aceitando uma vida a preto e branco. Mas os lugares certos são alimentados de esperança, interajuda, crescimento. São cheios de sorrisos, olhares que se reconhecem, portas que se abrem e fecham, num movimento vital de vida. Para chegar lá, é preciso a leveza de uma alma que se escolheu a si própria. E isso não é egoísmo: é sobrevivência. Acredite. Há sempre um caminho de regresso a casa. Por isso, levante a cabeça, respire fundo e olhe para o Céu. E escolha-se, para um dia ser escolhida por quem a saiba valorizar.
Imagem de Harry Strauss por Pixabay