Não é por um pássaro ter asas que o faz atravessar os céus.
Ele precisa acreditar no valor das suas asas.

Quando tinha cerca de 9 ou 10 anos, tive um piriquito amarelo dentro de uma gaiola azul.
Ali estava ele, dia e noite em cima do poleiro, naquele lugar mínimo. Assim que me aproximava, agitava as asas de contentamento.
E ali estava eu com ele, depositário dos meus segredos e dramas.
Naquela altura, acreditava que ele gostava de me ouvir. Na verdade, não tinha escolha. Até ao dia em que li os "Bichos", de Miguel Torga e tomei consciência de que um pássaro não foi feito para ficar fechado, muito menos sozinho.
Então, lavada em lágrimas, abri-lhe a gaiola e ofereci-lhe o mundo. Agradeci-lhe, pedi-lhe desculpa e deixei a porta aberta, sem ter coragem de o ver partir. Mas ele nem se moveu. Olhou para mim e continuou no mesmo sítio. Insisti. Nada. Não sei se ficou por amor ou por medo. A insegurança diante do desconhecido é forte o suficiente para disfarçar a realidade e tapar o coração com uma rosa de cera. Com ele aprendi que até para a liberdade temos de estar preparados. E tantas vezes vivemos em gaiolas, sem ter a coragem de experimentar. Ir e voltar. Para ir um pouco mais tempo. Voltar cada vez mais tarde. Até ao momento de ir de vez. E voltar depois para um lugar que não terá mais grades. O meu piriquito não foi capaz.
Compensei como pude até ao fim da sua curta vida. Terá sido suficiente para o fazer feliz? Não teve escolha. Ao contrário de si, de mim, de todos nós. Só acreditando no valor das nossas asas poderemos voar. Esta semana ouse abrir a porta. E tome as suas decisões.
Uma Leitura da Aura, ajuda o pássaro a olhar para si.
O Equilíbrio Energetico, a ganhar serenidade.
O Coaching Pessoal, a motivar.